domingo, 23 de outubro de 2011

Ah, o amor! Costumava até senti-lo pelo corpo. Nos braços, enquanto abraçava alguém, nas mãos, que andavam sempre cruzadas com outras mãos. Já cheguei a senti-lo nos pés, quando ficamos sem meias em volta da fogueira quente, e nas pernas, toda vez que saíamos para dançar.

Eu sentia amor nos ombros quando alguém, despretensiosamente, me fazia uma massagem, e nos ouvidos, quando alguém tecia um elogio bobo. Na barriga e nas bochechas, o amor vinha quando o riso perdia o controle. O nariz sentia o amor no cheiro de bolo quentinho e o cabelo também exalava amor quando se perdia em um cafuné.

Minha boca sentia amor quando estava junto da sua.

Mas hoje... Hoje foi diferente. Hoje o amor me escorreu pelos olhos.